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Definição de um plano de melhoramento genético: Como interpretamos as avaliações genéticas

Horácio Larrea, especialista em melhoramento genético, e responsável pelo programa de melhoramento genético da Semex, apresentou na Cooperativa União Agrícola, uma palestra focada na interpretação das avaliações genéticas

No passado dia 29 de janeiro de 2024, Horácio Larrea, especialista em melhoramento genético, e responsável pelo programa de melhoramento genético da Semex, apresentou na Cooperativa União Agrícola, uma palestra focada na interpretação das avaliações genéticas, interpretação das provas dos touros e sua utilização para o plano genético da exploração.

Ficou patente que nos últimos anos, a produção mundial de leite tem registado grandes melhorias em várias áreas, nutrição, reprodução, instalações e conforto animal o que levou a um aumento na produção e eficiência por vaca.

Os próximos anos vão ser definidos pelas melhorias de produção relacionadas com a seleção genética. 

A seleção genética no passado era feita com base nas observações, nos dados fenotípicos, classificação morfológica, contraste leiteiro, provas de descendência, que tornava o processo lento e dispendioso.

Com o surgimento da tecnologia genómica, há possibilidade de os produtores de leite saberem quais as vitelas que possuem as características pretendidas para a sua exploração, sejam elas características morfológicas, produtivas, saúde ou de eficiência, e reproduzi-las acasalando com os melhores touros para estes carateres. Efetivamente, só acasalando os melhores com os melhores é que se obtém um verdadeiro progresso genético.

Um investimento em genética de alta qualidade é uma pequena percentagem do custo total de criar uma novilha. O custo de criar novilhas de baixo valor genético ou de alto valor genético é o mesmo. Hoje em dia existem índices genéticos disponíveis para ajudar os produtores de leite a selecionarem, quer os touros, quer as vitelas de acordo com o objetivo futuro para a exploração.

Nos dias de hoje, selecionar leite, tipo, uberes, pés e pernas ainda é importante, mas usando as novas características de bem-estar e os índices genéticos podem ajudar os produtores a selecionar e criar vacas com maior eficiência.

Muitos produtores já estão familiarizados com o índice total de performance (TPI) calculado pela associação holstein americana. Este é um índice calculado com base em 46% para caracteres de produção, 28% para saúde e 26% para o tipo. Produtores interessados em obter animais equilibrados com boas características de tipo aumentam a sua produção e tem melhorias na longevidade e fertilidade, usando o TPI como índice de seleção.

Contudo, atualmente existem diferentes índices entre eles:

- Económicos, que tem o objetivo de melhorar o lucro das explorações dando enfase às características de produção, saúde fertilidade, e bem-estar.

- Produtivos, focados na escolha de rentabilidade e eficiência durante a vida da vaca, beneficiando vacas que são capazes de ficar gestantes rapidamente após o parto e que deste modo tem uma maior produção durante a sua vida.

A genética nunca foi tão relevante para os produtores de leite como é hoje em dia e as empresas de sémen são obrigadas a proporcionar touros com uma grande variedade de objetivos de seleção mantendo a eficiência e a produtividade.

O produtor de leite hoje em dia tem interesse em criar vacas com lactações lucrativas, resultando numa maior produção durante a sua vida, originando maior rentabilidade para a exploração.

Com o aumento da longevidade das vacas leiteiras, da produtividade e da eficiência das mesmas podemos utilizar menos alimento, menos área e menos água por litro de leite produzido, reduzindo assim a pegada de carbono.

Mais do que nunca, a genética é um investimento para o produtor de leite moderno.

 

Henrique Moniz Lourenço

eng. zootécnico

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