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O Secretário Regional do Ambiente e Ação Climática, Alonso Miguel, destaca “os resultados prestigiantes alcançados pelos Açores na atuação e resposta a paragens cardiorrespiratórias em contexto extra-hospitalar”, conforme revelado pelo EuReCa-THREE, o maior estudo europeu realizado até hoje nesta área, que envolveu 28 países e mais de 230 milhões de cidadãos.
De acordo com o mais recente relatório, publicado em julho deste ano, que analisou paragens cardiorrespiratórias ocorridas fora de ambiente hospitalar entre setembro e novembro de 2022, “os Açores registaram uma taxa de reversão de paragens cardiorrespiratórias de 20%, um desempenho significativamente superior à média europeia, que se situa nos 7,5%".
"Esta diferença, de quase 13 pontos percentuais, coloca a Região em 4º lugar entre regiões com melhor desempenho neste domínio, ficando à frente de países como França, Espanha, Itália, Alemanha, entre outros”, prossegue o texto.
Para Alonso Miguel, que tutela a pasta da Proteção Civil, esta taxa de reversão “reflete o esforço coordenado e articulado de todos os intervenientes no sistema de emergência, desde o papel crucial desempenhado por quem testemunha estas ocorrências até à intervenção técnica e especializada dos profissionais do Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores (SRPCBA) e dos Corpos de Bombeiros”.
“Este desempenho notável resulta de um investimento contínuo por parte da Região, materializado na formação qualificada das equipas, na reorganização dos meios de socorro, na melhoria dos processos de despacho de meios e no reforço da literacia em Suporte Básico de Vida (SBV) junto da população”, realçou.
O mesmo estudo revela que os Açores se destacam positivamente no tempo médio de resposta dos serviços de emergência médica - enquanto a média europeia se situa nos 12,2 minutos, o tempo de resposta na Região é de 10 minutos, o que representa uma redução de 18% face à média europeia.
O Secretário Regional explicou que “esta diferença é particularmente relevante, uma vez que o tempo de resposta foi identificado como um dos preditores mais significativos de sobrevivência”, esclarecendo que “tempos de resposta iguais ou superiores a 11 minutos estão claramente associados a uma menor probabilidade de sobrevivência”.
Os dados indicam também que os Açores apresentam um tempo de atuação das equipas de emergência médica mais curto, inferior a 20 minutos, face à média europeia que se situa em 29,5 minutos, o que “pode indicar uma maior eficiência operacional na abordagem à vítima, embora este indicador deva ser analisado com cautela, tendo em conta a complexidade dos casos”, esclareceu o governante.
Relativamente à estratégia regional para melhorar a resposta às paragens cardiorrespiratórias, Alonso Miguel afirmou que “tem sido realizado um forte investimento em meios, com reforço de ambulâncias, aumento do número de tripulantes e formação diferenciada das equipas de Suporte Imediato de Vida (SIV), incluindo formação em Suporte Avançado de Vida Pediátrico e International Trauma Life Support (ITLS), no aperfeiçoamento dos protocolos de atuação, tanto da triagem na Linha de Emergência Médica, como das equipas no terreno, acompanhado da introdução de novas tecnologias, como a telemetria, que trazem maior rigor e eficácia à tomada de decisão”.
No seguimento desta abordagem estruturada, entre 2022 e 2025, o SRPCBA ministrou 330 ações de formação para bombeiros, profissionais de saúde e leigos, formando 3.100 elementos, e realizou 820 ações de sensibilização, que envolveram cerca de 30.000 participantes, sobretudo junto da comunidade educativa, onde se destaca o programa “Aprende a Socorrer”c que abrangeu cerca de 5.000 alunos do 9.º ano em Suporte Básico de Vida nos últimos dois anos letivos.
Através do EuReCa-THREE é possível ainda concluir que os Açores acompanham tendências observadas a nível europeu, desde logo, “uma maior incidência de paragens cardiorrespiratórias no sexo masculino, 56% dos casos (face a 62% na média europeia), com uma idade média das vítimas de 68 anos (67,2 anos na Europa). A taxa de paragens cardiorrespiratórias observadas por leigos situou-se nos 58% nos Açores, valor ligeiramente abaixo da média europeia que se situa nos 61,1%".
Governo dos Açores